segunda-feira, 5 de outubro de 2009

DIVIDENDOS DO AMOR

Nas três últimas décadas, tem-se observado uma crescente busca da solução de tudo no próprio indivíduo.


O que se ensina é que, as respostas para todos os problemas estão dentro de cada um. Nunca se vendeu tanto livro de auto-ajuda e nunca surgiram tantos vendedores de sonhos com palestras milagrosas voltadas para a resolução dos mais diversos tipos de problemas (de saúde a financeiros). Sempre com foco no indivíduo: “Você pode tudo, depende só de você”. Palestrantes e escritores estão acumulando fortunas, já ouvintes e eleitores, de uma maneira geral, continuam com os problemas, e do mesmo tamanho. Isto tudo tem ajudado a criar a cultura do individualismo: “Eu só dependo de mim, não preciso de ninguém”. É muito comum vizinhos morarem anos, no mesmo edifício, e sem sequer se cumprimentam. Em alguns casos os segundos mais torturantes são aqueles passados dentro de um elevador.


Por outro lado, a idéia de cooperativismo está sempre relacionada a bens materiais. Quando ouvimos falar em cooperativa, imediatamente nos vem à cabeça a idéia de um negócio. Pessoas que se juntam para auferir lucros financeiros. Entretanto, as características básicas do cooperativismo, tais como a transparência, a confiança, o respeito aos princípios éticos e morais e a capacidade de trabalho, permitem que se formem cooperativas em torno dos mais variados tipos de atividade. Neste sentido, um grupo de ajuda-mútua como o AMOR-EXIGENTE, é um clássico exemplo de cooperativa. Além do investimento em bens materiais, de caráter secundário, são muito mais importantes os investimentos em bens humanos e espirituais.


Como em qualquer cooperativa, os membros de um grupo de auto-ajuda esperam retorno de seus investimentos, mas, também, como em qualquer cooperativa, os dividendos serão proporcionais a estes investimentos. Quando, por exemplo, um membro do grupo faz uma partilha de sentimentos cheia de subterfúgios, mentirosa ou incompleta, ele deixa de depositar o seu mais importante capital: a troca de experiência e, neste caso, todo o grupo fica prejudicado e os dividendos serão baixos.

Infelizmente, existem casos extremos em que o indivíduo atinge a abstinência e a família retira o capital da cooperativa, ou seja, afasta-se do grupo achando que já conseguiu dividendos suficientes para tocar o próprio negócio: A RECUPERAÇÃO.


Esquecem que se o indivíduo for realmente um adicto, a abstinência é apenas uma parte do negócio e que o investimento maior deve ser na sobriedade. Esta por sua vez, é muito mais complexa e exige investimento a muito longo prazo, um tempo muito maior de maturação, pois requer a eliminação dos defeitos de caráter e a reestruturação física, psicológica, emocional e espiritual do indivíduo.


No cooperativismo o trabalho serve para o fortalecimento do grupo. Com o grupo de apoio não é diferente. Abandonar o grupo achando que os dividendos auferidos são suficientes para tocar o próprio negócio, geralmente demonstra falta de espírito de cooperação e enfraquece o grupo.


O que diferencia o AMOR-EXIGENTE das cooperativas cuja finalidade está voltada exclusivamente para o lucro financeiro é o fato de que não importa a quantidade ou a qualidade do capital que o cooperado traz consigo, ou se ele algum dia abandonou a cooperativa.


PARA O AMOR-EXIGENTE O MAIOR CAPITAL É A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA”.

(Fonte: ...de mãos dadas...por Pedro Sérgio Estevam- grupo Nova Esperança De AE: Goiânia).

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