quarta-feira, 19 de agosto de 2009

DROGAS, VERDADES E EQUÍVOCOS:

O psiquiatra argentino Eduardo Kalina, respeitado especialista no tratamento de dependentes químicos, fez um alerta: O CÉREBRO NUNCA ESQUECE A SENSAÇÃO PROVOCADA PELA DROGA. Para um dependente químico, a cura exige a abstinência total das drogas, inclusive álcool e cigarro.


Kalina já tratou de pacientes famosos, como a atriz Vera Fischer e o ex-jogador Diego Maradona. Embora sem fazer referência aos seus pacientes, deixou claro o risco de recaída que ronda tentativas de recuperação que não trazem a marca da radicalidade. “Cura significa deixar de tomar drogas de todo o tipo, álcool e tabaco inclusive, e aceitar que o corpo nunca vai esquecer o que aprendeu. Se você foi fumante, alcoólatra ou toxicômano, o cérebro não esquece. Por isso, a cervejinha é fatal porque abre a memória biológica. A pessoa lembra e acorda tudo o que tratamos de limpar. Há cura se você aceitar seus limites”, salienta.


O comentário do especialista bate de frente com o equívoco que está na raiz de certas políticas de redução de danos. Setores do governo, talvez influenciados pelos lobbies em favor da liberação de algumas drogas (leia-se maconha), estão tentando conciliar realidades antitéticas.


De fato, não obstante o discurso em defesa da prevenção e recuperação de adictos, há uma diminuição da importância que com razão, se atribuía à terapia da abstinência. Multiplicam-se, ao contrário, declarações otimistas a respeito das estratégias de redução de danos. O essencial, imaginam os defensores da nova política, não é a interrupção imediata do uso de drogas pelo dependente, mas que ele tenha uma melhora em suas condições gerais. Na verdade, a discussão sobre as drogas tem sido marcada por um clima emocional e um ambiente de campanha. Sobra engajamento, mas falta informação.


A opção pela redução de danos pode ser justificada em casos contados, mas não deve ser guindada à condição de política antidrogas. Afinal, todos sabem que, assim como não existe meia gravidez, também não há meia dependência. Embora alguns usuários possam imaginar que sejam capazes de controlar o consumo, cedo ou tarde descobrem que, de fato, já não são senhores de si próprios. Não existe consumidor ocasional. Existe, sim, usuário iniciante que, freqüentemente, acaba engrossando as fileiras dos dependentes crônicos. Afinal, a compulsão é a marca do usuário de drogas. Um cigarro de maconha pode ser o começo de um itinerário rumo ao inferno.


As pesquisas do psiquiatra Eduardo Kalina confirmam dura experiência dos dependentes. Perguntando sobre o que pensava sobre a descriminação da maconha, bandeira freqüentemente agitada em certos setores da mídia, o especialista foi enfático: “Sou contra. As pessoas que defendem isso não se preocupam com a saúde pública. Há estudos sobre o poder carconógeno ( causador de câncer ) da maconha, que é quatro vezes superior ao do tabaco.” A Secretaria Nacional Antidrogas tem demonstrado desejo de acertar. Seus assessores, no entanto, não parecem adotar um discurso homogêneo. Na verdade, algumas tomadas de posição têm pendido excessivamente para o lado dos que vendem a ilusão da redução de danos. Seria conveniente, e muito, que os responsáveis pelo combate às drogas abandonassem o conforto de Brasília e entrassem, de fato, em contato com o verdadeiro drama dos adictos. Eu fiz isso. Não considero correto escrever e opinar a respeito de uma realidade distante. Por isso, conversei com especialistas, ouvi relatos de dependentes químicos, conheci serviços especializados e visitei comunidades terapêuticas que apresentam elevados índices de recuperação.fiz, enfim, o que se deve esperar de um trabalho informativo: apurar sem preconceitos. A dependência química não admite ilusões. Reclama, sim, seriedade e realismo. (fonte :site antidrogas).


Grupos de Amor-Exigente: segundas feiras às 19:30 hs na esquina da solidariedade e aos sábados às 14:00hs na uriarte.

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