A importância das relações afetivo-familiares
para encarar com serenidade o percurso da recuperação do abuso de drogas.
Você já ouviu falar da parábola
do Filho Pródigo (Lucas 15,11-32)? Na realidade os estudiosos da Bíblia
preferem falar da “Parábola do Pai Misericordioso”. Atrás dessa troca tem uma
intenção bem clara: optam por dar ênfase à bondade do Pai. Se o filho “rebelde”
um dia se arrepende e toma a decisão de voltar para casa é porque conhece muito
bem o jeito bondoso do Pai. Caso contrário não tentaria. O que motivo o seu
caminho de volta para casa é saber que pode contar com um Pai que acolhe e
compreende. O desfecho da história mostra que o rapaz não estava enganado.
O
Pai sempre esteve aí à espera de re-abraçar o filho. Nunca perdeu a esperança
de re-encontro. Seu instinto paterno não se enganava. Sabia que o filho um dia
voltaria. Não cobrou nada. Limitou-se a dar uma grande festa. Nada de bronca. Não
fez o sermão que se faz de costume nessas oportunidades. Não pronunciou nenhuma
palavra que desagradasse o filho. É silêncio total. É só abraços e beijos. É só
comemoração. Foi este o desfecho feliz de uma história familiar carregada de
sofrimento.
É nela que tantas famílias devem
se inspirar para ter força suficiente para encarar seus sofrimentos por causa
das drogas. As drogas estão tomando conta das famílias e estão viciando
assustadoramente. Os filhos se tornam dependentes químicos e os familiares
co-dependentes física e psicologicamente. Os sintomas da dependência estão
gravados no corpo e na alma de todo mundo. Os filhos não dormem em casa. E os
pais ficam acordados a noite inteira até os filhos voltarem. Os filhos
emagrecem e ficam doentes. Os pais também adoecem junto com eles. Os filhos
ficam irritados quando passa o efeito das drogas. Os pais também perdem o
controle. Desde o primeiro dia em que a droga se instala na família, a paz
acaba. Os pais não sabem como lidar. Os filhos querem parar, mas não dão conta
do recado também porque não
encontram o suporte necessário. Sem saber o que fazer, a conversa acaba numa
simples palavra de conforto ou até no silêncio mais absoluto da impotência. “O
jeito é rezar”.
O foco desta reflexão vai ser o percurso de volta do filho pródigo.
Apresenta muitas semelhanças com a nossa realidade. Esperamos que esta
tentativa ajude os jovens dependentes de drogas e seus familiares a não
desistirem. Para dar uma mão aos dependentes químicos e às suas famílias
precisamos de muitas mãos entrelaçadas, dispostas a apontar para a mesma direção:
“RESTAURAR VIDAS E RESTABELECER A DIGNIDADE”.
A intenção da reflexão não é
aquela de dar conselhos. As sugestões
apontadas são atitudes de jovens, pais e familiares que acabaram dando
certo. No final da história muitas destas atitudes foram apontadas pelo próprio
Deus assim como Jesus nos relatou na Parábola do “Pai Misericordioso”. A longa
experiência de partilha do sofrimento de jovens e familiares nos obriga a nos
comprometer nessa luta. Tentem percorrer esse caminho. O caminho de recuperação
dura a vida toda. O que não pode faltar de jeito nenhum é o calor das relações
afetivo-familiares e o apoio da sociedade. (fonte:Pe.Xavier-Esp Santo).
OBS:
Nos próximos artigos continuamos com esta reflexão. Nos acompanhem.
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da solidariedade.
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