terça-feira, 26 de junho de 2012

“A volta do filho para casa”


A importância das relações afetivo-familiares para encarar com serenidade o percurso da recuperação do abuso de drogas.

Você já ouviu falar da parábola do Filho Pródigo (Lucas 15,11-32)? Na realidade os estudiosos da Bíblia preferem falar da “Parábola do Pai Misericordioso”. Atrás dessa troca tem uma intenção bem clara: optam por dar ênfase à bondade do Pai. Se o filho “rebelde” um dia se arrepende e toma a decisão de voltar para casa é porque conhece muito bem o jeito bondoso do Pai. Caso contrário não tentaria. O que motivo o seu caminho de volta para casa é saber que pode contar com um Pai que acolhe e compreende. O desfecho da história mostra que o rapaz não estava enganado. 

O Pai sempre esteve aí à espera de re-abraçar o filho. Nunca perdeu a esperança de re-encontro. Seu instinto paterno não se enganava. Sabia que o filho um dia voltaria. Não cobrou nada. Limitou-se a dar uma grande festa. Nada de bronca. Não fez o sermão que se faz de costume nessas oportunidades. Não pronunciou nenhuma palavra que desagradasse o filho. É silêncio total. É só abraços e beijos. É só comemoração. Foi este o desfecho feliz de uma história familiar carregada de sofrimento.

É nela que tantas famílias devem se inspirar para ter força suficiente para encarar seus sofrimentos por causa das drogas. As drogas estão tomando conta das famílias e estão viciando assustadoramente. Os filhos se tornam dependentes químicos e os familiares co-dependentes física e psicologicamente. Os sintomas da dependência estão gravados no corpo e na alma de todo mundo. Os filhos não dormem em casa. E os pais ficam acordados a noite inteira até os filhos voltarem. Os filhos emagrecem e ficam doentes. Os pais também adoecem junto com eles. Os filhos ficam irritados quando passa o efeito das drogas. Os pais também perdem o controle. Desde o primeiro dia em que a droga se instala na família, a paz acaba. Os pais não sabem como lidar. Os filhos querem parar, mas não dão conta do recado também porque  não encontram o suporte necessário. Sem saber o que fazer, a conversa acaba numa simples palavra de conforto ou até no silêncio mais absoluto da impotência. “O jeito é rezar”. 

O foco desta reflexão vai ser o percurso de volta do filho pródigo. Apresenta muitas semelhanças com a nossa realidade. Esperamos que esta tentativa ajude os jovens dependentes de drogas e seus familiares a não desistirem. Para dar uma mão aos dependentes químicos e às suas famílias precisamos de muitas mãos entrelaçadas, dispostas a apontar para a mesma direção: “RESTAURAR VIDAS E RESTABELECER A DIGNIDADE”.

A intenção da reflexão não é aquela de dar conselhos. As sugestões  apontadas são atitudes de jovens, pais e familiares que acabaram dando certo. No final da história muitas destas atitudes foram apontadas pelo próprio Deus assim como Jesus nos relatou na Parábola do “Pai Misericordioso”. A longa experiência de partilha do sofrimento de jovens e familiares nos obriga a nos comprometer nessa luta. Tentem percorrer esse caminho. O caminho de recuperação dura a vida toda. O que não pode faltar de jeito nenhum é o calor das relações afetivo-familiares e o apoio da sociedade. (fonte:Pe.Xavier-Esp Santo).

OBS: Nos próximos artigos continuamos com esta reflexão. Nos acompanhem.
Amor-Exigente dá certo! Venha e participe todas as segundas- feiras às 19:30 horas na esquina da solidariedade.

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